Palavras de Porcelana…(Poema 3500...)
Há coisas
Que te queria dizer
Mas a minha facilidade de expressão
Fica em terra
A ver as palavras formarem-se
Algures sobre o mar
Onde está a minha vontade
Perdida
De nunca de ti me separar
E essa vontade dá-me vida
Mas ao mesmo tempo
Me faz naufragar…
Olhar essa porcelana
Que o tempo
Não vai permitir que envelheça
A pele talvez
Mas a mente
Será saudavelmente
A de uma criança…
Criança adulta na qual me revejo
Cada vez que falamos
Ou quando te vejo
Sentindo a alma pular
A certos patamares
Que dizem interditos
Quando se entra na maioridade
Aqueles patamares
Onde sentimos imenso
E temos necessidade de dizer tal
Tal como crianças
Mas depois de uma certa idade
Passa a ser vergonhoso
Expormos desta forma a nossa interioridade…
Que misturamos com o que aprendemos já crescidos
Mas não deixando de ter o fascínio
Dos mais pequenos
Pelas coisas
Que dizem não valer importância
E assim nós vivemos
Entre dois mundos
O crescido
E o da infância
Onde eu te descobri
Misturada nos dois
Onde me fascinei
Por me rever no que és
Gostar mais do que sei dizer
Pela tal dificuldade
Em me expressar
Em certos domínios
Mas aqui
No recanto das palavras escritas de uma forma solitária
Quero que saibas
Que sinto quando não estás
Mesmo quando pareço dizer o contrário
Quero-te dizer
Que estarei sempre contigo…