Dizem que os números…
Definem um ser
Dizem quem são na sua exactidão
Uma mulher
Um homem
Dizem o que ele poderá ser
Vir a fazer
Pelo tamanho matemático do seu coração…
Se este for pequeno
Poderá fazer
Um menor esforço
Levar esse ser
A apenas metade do caminho por ele pretendido
Ou se for grande demais
E uma válvula tiver menos milímetros
Esse ser poderá morrer de exaustão
A meio do tal caminho…
Que um rosto
A sua simetria
Define a dimensão da socialização
Que alguém pode ou não ser capaz de fazer
Define se queremos comunicar
Ou se somos incapazes de tal
Mesmo que ninguém nos ouça
Nos peça a opinião
Pois os números definem
Se somos fechados
Ou se inspiramos
E exalamos
A mais pura comunicação…
São regentes
Das leis do universo
Através das quais
Tudo tem que obedecer a critérios universais
Sem os quais nada existe
Nada pode existir
Mas esquecem-se que uma estrada
Só existe
Se alguém a imaginar
Mas primeiro alguém a sentir…
Porque os números
Podem prever ciclos de acasalamento
Ciclos de tristeza
Mas os números
Serão sempre incapazes
De medir o tamanho de um sentimento
De ver a escala da sua beleza…
Sim
Numa conversa
Numa carta
Que tenho
Que faço para Ti
Podem contar o número de vocábulos
E ditarem
Que se forem escassos
Não te quero assim tanto a meu lado
Mas os números
Jamais serão capazes
De medir a intensidade
Porque posso apenas dizer que te amo
Apenas numa mera palavra
Mas nela está o sentir de mil
De um milhão
Porque os números jamais entrarão na mente de um homem de uma mulher
E perceber
Que por vezes apenas uma
Ou duas pessoas
Valem
Por uma imensa
E quase infinita multidão
Porque os números
Medem com espantosa exactidão
O brilho de uma estrela
Ignorando o brilho calado do teu olhar
Que muito
Imensamente mais do que a tal estrela
Esses olhos podem iluminar…