Não vou deixar…

Que o mar vá ter comigo

Sou eu que irei ir ter com o mar

Não vou deixar que o tempo passe

Sem que faça tudo ao meu alcance

Para que o tempo possa mudar…

E eu não me deixarei

Ficar estático na sentinela

À guarda daquilo que acredito

Irei ao encontro de quem caminha para o meu quartel

Para a minha fé saquear

Usurpar

Irei ao encontro de quem agride

Para olhos nos olhos os enfrentar…

E assim não permitirei

Que o mesmo céu que amo

Me caía em cima da cabeça

Porque lhes tiraram os pilares

E transformaram o sonho em pesadelo

Não vou deixar que algo belo

Seja transformado em medo…

Não permitirei então

Que abraços de camaradas

Se transformem em facadas nas costas

Não admitirei que o sabor de um beijo

Se transforme em fel

Lutarei com todas as minhas forças

Para que o que é digno nunca perca a dignidade

Para que a amizade seja sempre um sinónimo de camaradagem

Para que o amor nunca murche

Ao ponto de o confundirmos com amargura

Que o céu

Quando o olho

Seja sempre

Uma forma de ternura…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 25/04/2012
Código do texto: T3631915
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