Canta-me aquela nossa canção…

Do enledo

Onde me dizes coisas em certas linguagens

Que finjo enganar-me

E enganar-te

Ao acreditar nelas

E por isso

Apesar de as recear

Ditas dessas formas

Delas não tenho medo…

E assim me cantas

Não no canto da sereia

Mas no canto do fado

Sorrindo

E não permites

Nem a tua alma acredita

Nessas trevas

Que são belas como as contas

Como as cantas

Prova que a escuridão pode ser sublime

E assim permitimos

Que ela exista…

Por isso autorizamos

E até adoramos

Até damos primazia

Que a nossa canção

Não seja uma balada

Não seja uma música

De adormecer

De encantar

É o que cantas com um sorriso nos lábios

Quando a tua vontade

É de o fazer a chorar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 18/04/2012
Código do texto: T3619040
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