Canta-me aquela nossa canção…
Do enledo
Onde me dizes coisas em certas linguagens
Que finjo enganar-me
E enganar-te
Ao acreditar nelas
E por isso
Apesar de as recear
Ditas dessas formas
Delas não tenho medo…
E assim me cantas
Não no canto da sereia
Mas no canto do fado
Sorrindo
E não permites
Nem a tua alma acredita
Nessas trevas
Que são belas como as contas
Como as cantas
Prova que a escuridão pode ser sublime
E assim permitimos
Que ela exista…
Por isso autorizamos
E até adoramos
Até damos primazia
Que a nossa canção
Não seja uma balada
Não seja uma música
De adormecer
De encantar
É o que cantas com um sorriso nos lábios
Quando a tua vontade
É de o fazer a chorar…