Belo, a roçar o Sublime…

Anjos alternativos

Que vivem na fronteira onde a terra beija o mar

Anjos nem claros

Nem negros

E por isso

Em nenhum dos dois locais

Possuem o seu lar…

Anjos que nem caíram em desgraça

Nem conquistaram essa graça

Anjos que nem sequer têm graça

Guardiões apenas

Do tempo que passa…

São pois meras pessoas

Que vivem

Que são como nós

Mas que insistem no estatuto da diferença

Pois essa é uma forma de não se sentirem sós…

Pessoas iguais a Ti

Iguais a Eu

Pessoas que choram

Pessoas que riem

Pessoas que sentem

Ou que escondem o que sentem

Num dualístico jogo dos sentidos

Onde por vezes o que se diz

Do que se sente

Passa por ser o nosso maior inimigo…

São apenas então

Meros apreciadores da arte

Da arte de viverem o tempo

Como entendem que tal deve ser vivido

Com defeitos

Que se dizem mortais

Com virtudes

Iguais pois a toda a gente

Não distinguidos dos demais

Mas que não escondem o seu espanto

A sua admiração

As suas palavras

Quando se deparam com a imensidão

Porque és um deles

E eu sou um deles

Quando realmente te ouço

Te sinto

E quando tu por vezes gostas de ouvir-me

Somos nós afinal

Quando nos soltamos

E deixamos que esta expressão nos domine…

“Belo, a roçar o Sublime…”

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/04/2012
Código do texto: T3600624
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