Quando te prometi…

Que nada faria

Estava de forma camuflada a mentir

Palavras falsas

Que disfarçavam boas intenções

Porque te prometi que iríamos juntos

Mas se to dissesse

Adiarias

Protelarias

Ou simplesmente cancelarias a partida

Pelo medo do que fôssemos encontrar

E assim preferirias

Ficar bem quieta

No teu lugar…

Esquecendo que partir sem rumo

Sem destino traçado

Noite dentro

Sem planos

Sem nada planeado

Seria uma espécie de salvação

Apenas com o deposito do carro atestado

Na segurança

Que este de facto

Nos levaria ao acaso

Para onde queríamos

Para um qualquer lado…

Porque o acaso

Não nos iria magoar

Mais do que fomos magoados

Dar-nos-ia algo de novo

Que quando começasse de facto a magoar

Facilmente tal poderíamos deixar

Sem aqueles estranhos laços de afecto

Que por vezes se estabelecem com quem magoa

E assim

A nossa evanescencia territorial

Seria a nossa defesa

Com quem nos poderia fazer mal

Por isso estávamos destinados

Ao nomadismo moderno

Que nos fez sermos cidadãos do mundo

Que nos fez esse mundo evitar

Quando o novo se transformasse em velho

Até ao novo esgotar

Fazendo que os nossos planos de futuro

Fossem algo inconsequentes

Pois esses planos

Passavam simplesmente

Por Estarmos

Onde pudéssemos respirar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 21/03/2012
Código do texto: T3566614
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.