Quando te prometi…
Que nada faria
Estava de forma camuflada a mentir
Palavras falsas
Que disfarçavam boas intenções
Porque te prometi que iríamos juntos
Mas se to dissesse
Adiarias
Protelarias
Ou simplesmente cancelarias a partida
Pelo medo do que fôssemos encontrar
E assim preferirias
Ficar bem quieta
No teu lugar…
Esquecendo que partir sem rumo
Sem destino traçado
Noite dentro
Sem planos
Sem nada planeado
Seria uma espécie de salvação
Apenas com o deposito do carro atestado
Na segurança
Que este de facto
Nos levaria ao acaso
Para onde queríamos
Para um qualquer lado…
Porque o acaso
Não nos iria magoar
Mais do que fomos magoados
Dar-nos-ia algo de novo
Que quando começasse de facto a magoar
Facilmente tal poderíamos deixar
Sem aqueles estranhos laços de afecto
Que por vezes se estabelecem com quem magoa
E assim
A nossa evanescencia territorial
Seria a nossa defesa
Com quem nos poderia fazer mal
Por isso estávamos destinados
Ao nomadismo moderno
Que nos fez sermos cidadãos do mundo
Que nos fez esse mundo evitar
Quando o novo se transformasse em velho
Até ao novo esgotar
Fazendo que os nossos planos de futuro
Fossem algo inconsequentes
Pois esses planos
Passavam simplesmente
Por Estarmos
Onde pudéssemos respirar…