Algures nas ruas de um mundo…
Nas ruas de uma cidade que não é a minha
Mas que o é por adopção
E não por refúgio
Por exílio
Porque ninguém me mandou para aqui
Estou aqui por minha opção
Estou aqui no meio de estranhos
A que chamo a minha multidão…
Apanhando monumentais pedras
Dos traficantezecos
Ou simplesmente das ruas
Dos passeios por onde costumo andar
Porque para onde vá
São alguns dos elementos comuns
Pedras que ressaltam a saudade
Que me fazem recordar a minha terra
Quando guardo essas pedras
Para alguém que por lá deixei mandar…
Misturando-me com a elite
Com o povo comum
Misturando-me
Na frase feita
De todos sermos cidadãos do mundo
Por pleno direito
Embora uns sejam de facto
E outros por defeito…
E assim estou aqui
Perdido
E ao mesmo tempo demasiado achado
Vivendo na redenção da distância
Vivendo no pecado
De vícios que seria incapaz de deixar para trás
Porque as pessoas
No meio das quais me teimo em misturar
Teimo com elas socializar
Passa por ser o meu maior dom
Mas
Dizem
Também o meu maior defeito…