Algures nas ruas de um mundo…

Nas ruas de uma cidade que não é a minha

Mas que o é por adopção

E não por refúgio

Por exílio

Porque ninguém me mandou para aqui

Estou aqui por minha opção

Estou aqui no meio de estranhos

A que chamo a minha multidão…

Apanhando monumentais pedras

Dos traficantezecos

Ou simplesmente das ruas

Dos passeios por onde costumo andar

Porque para onde vá

São alguns dos elementos comuns

Pedras que ressaltam a saudade

Que me fazem recordar a minha terra

Quando guardo essas pedras

Para alguém que por lá deixei mandar…

Misturando-me com a elite

Com o povo comum

Misturando-me

Na frase feita

De todos sermos cidadãos do mundo

Por pleno direito

Embora uns sejam de facto

E outros por defeito…

E assim estou aqui

Perdido

E ao mesmo tempo demasiado achado

Vivendo na redenção da distância

Vivendo no pecado

De vícios que seria incapaz de deixar para trás

Porque as pessoas

No meio das quais me teimo em misturar

Teimo com elas socializar

Passa por ser o meu maior dom

Mas

Dizem

Também o meu maior defeito…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/12/2011
Código do texto: T3410409
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