Vozes…
Que se perdem
Ou se acham no meio da multidão
Vozes certas
Vozes erradas
Vozes que nos dizem muito
Embora demasiadas poucas vezes sejam uma num milhão
Vozes de diversas línguas
Que falam o mesmo dialecto
Vozes da humanidade
Que para serem entendidas
Basta que saibamos a linguagem dos sentidos
E assim eu posso estar em qualquer outro lugar estranho
Mas sei
Que essas vozes estão comigo
Vozes
Que estão algures
Na enorme babel civilizacional
Ligadas à grande teia
Que se quer universal
Onde se trocam demasiadas banalidades
E algumas verdades
Tudo muito subjectivo
Depende do que esperamos
Ou do que desejamos encontrar
Porque há alturas
Que são essas vozes
O eco do que somos
Embora sejam meras vozes
Que se perdem no tempo
Que se perdem no ar…