Virtualidades…
Sou teu amigo
Ou amante
De forma incondicional
E para sempre
Porque me substituíste
O incomodo coração
Por um bem mais pratico botão
Onde basta o gesto de um pequeno dedo
Para exprimir uma grande
E grandiloquente
Emoção…
E digo-te coisas de encantar
Costumo gostar de coisas
Se tu certamente gostares
Costumo fazer dos teus amigos meus
Se os quiseres
Que eu os queira adicionar…
E partilhamos tantas coisas
Os locais para onde vamos
Em memórias visuais
Que captam o momento
O segundo
Com
Claro
Alto grau de sofisticação
Uns retoques nesses momentos
Pois onde eu vou
Pode estar inverno
Mas para ti
Será sempre verão…
E assim partilhamos uma vida inteira
Uma inteira existência
Pois temos tanta
Demasiada coisa em comum
E eu adoro
Contigo envelhecer
Mesmo que pessoalmente
Nunca te venha a conhecer
Mas graças a estes tempos
Maravilhosos tempos
Não há tempo
Nem espaço
Estamos ligados
Do nascer do sol
Ao anoitecer
Ou mesmo noite dentro
Não essa coisa antiga
E chata
De realmente te olhar nos olhos
Se sentir o cheiro
E o sabor da tua pele
Isso são coisas passadas
Supremo embaraço
Porque a eternidade é o nosso destino
A ela estamos destinados
Na previsibilidade
Bem humana
De a seguir a esta rede
Vir outra mais funcional
Seremos amantes
E amigos eternos
Neste mundo
Plastificado
Estetilizado
Perdão
Neste admirável mundo novo virtual…