Perdição de Inverno
Rever-te, na memória como um sonho
Que as constelações beijam à noite
E o coração recebe sob a forma de abraços
Criados ao sabor da imaginação
Ressuscitando momentos que completam
A mais doce e bela canção
Sentir-te, como um suspiro que adoça os lábios
Preenchendo com ternura um laço de carinho
Que os braços enlaçam num arrepio
Esvaziando o espaço que em demasia os afasta
Criando um muro que o desejo apaga
Tal qual o rasto de uma carruagem
Que a brisa desvanece num sopro de amor
Ter-te quando os olhos se fecham e tu renasces
Como uma doce ilusão de Verão
Onde o mar acaricia a areia da praia
Envolvendo-a de sensações e suaves emoções
Tomando nas suas ondas o embaraço
De quem reage espontaneamente ao entusiasmo
Da explosiva mistura do salgado e do doce
Querer-te por inteiro e não só pela metade
Roubando a neve que o Inverno foi acumulando
Deixando os raios de sol aquecerem-te
Sem ser preciso roubar o pólen das flores
Ou segredar aos anjos secretas bruxarias
Apenas esperar que o tempo sussurre
As letras que o teu coração ansiar
Juntando os sons que o destino ditar
Desejar-te na indefinição de um olhar
Cujo encanto é sangue e seiva
Energia e alento de eternidade
Conjuntura de fragmentos silenciosos
Que estimulam a lembrança do respirar
Conjunto inebriante de sentimentos
Janela obscura de alentos efêmeros
Arte de um tempo que ouso guardar
Beijar-te num entre lábios de ternura
Cálice complexo de afecto e carinho
Que resvala o tempo para o infinito
Antítese de sensações e privações
Vontade que o destino te envolva em mim
Desejo que polvilho com o silencio do bem-querer
Por achar demasiado inglório te perder
Abraçar-te e assim permanecer
Esperando que os braços virem trepadeiras
Que prendam e enredem de amor
As asas da realidade
Transformando sonhos difusos em claridade
Pelo simples toque dos corpos
Tal qual emoção que rasga a ilusão
Teia de luz e paixão
Que guardo junto ao coração