Pensamentos soltos de uma noite de verão…
Pedaços distantes do que somos
Pedaços dispersos
No grande universo de pensamentos perdidos
Que por serem intensamente vividos
Têm que serem separados
Porque as boas coisas que eles evocam
Se juntas
Se podem transformar
Em memórias
Daqueles que nunca se apagarão
Mas nas quais
Convém não tocar…
A tentativa infrutífera
De voltar atrás
Para recolocar algo
No seu devido lugar
Coisas estúpidas
Menores
Como
Algo que disse na altura certa
No momento errado
E assim há a tentação
De há falta de uma máquina do tempo
Compensar esse tempo
Com uma tardia forma de arrependimento
Inútil expiação…
E de repente sinto-me tocar
Por uma espécie de lucidez
Que me recorda
Que não costumo olhar para trás
Porque tal nada me novo
Me dá
Olho para o que tenho
Olho para o futuro
Posso não gostar de ambos
Mas é nestes dois lugares
Que as coisas acontecem realmente
Ou podem acontecer
Não olho para o que se passou
Porque é no futuro
Que um dia
Irei morrer…