Pensamentos soltos de uma noite de verão…

Pedaços distantes do que somos

Pedaços dispersos

No grande universo de pensamentos perdidos

Que por serem intensamente vividos

Têm que serem separados

Porque as boas coisas que eles evocam

Se juntas

Se podem transformar

Em memórias

Daqueles que nunca se apagarão

Mas nas quais

Convém não tocar…

A tentativa infrutífera

De voltar atrás

Para recolocar algo

No seu devido lugar

Coisas estúpidas

Menores

Como

Algo que disse na altura certa

No momento errado

E assim há a tentação

De há falta de uma máquina do tempo

Compensar esse tempo

Com uma tardia forma de arrependimento

Inútil expiação…

E de repente sinto-me tocar

Por uma espécie de lucidez

Que me recorda

Que não costumo olhar para trás

Porque tal nada me novo

Me dá

Olho para o que tenho

Olho para o futuro

Posso não gostar de ambos

Mas é nestes dois lugares

Que as coisas acontecem realmente

Ou podem acontecer

Não olho para o que se passou

Porque é no futuro

Que um dia

Irei morrer…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/08/2011
Código do texto: T3154138
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