Parar…
É contemplar os horizontes que nos esperam
Ou o abismo
Defende do ponto de vista
Com que encaramos o futuro
Com que olhamos uma adversidade
Porque se para o futuro nunca é demasiado tarde
O abismo está sempre latente
E é subjectivo
O abismo tanto pode ser um prelúdio de queda
Como um promontório
De onde uma forma de eternidade queiramos contemplar
E tudo depende apenas da nossa forma de ser
Da nossa forma de estar…
Pode significar que por fim nos contemplemos de forma decente perante um espelho
E nos apercebemos de que o tempo de facto passou
E nos espantemos
Porque aquele ser jovem
Deu lugar a um velho
Ou então demos connosco a olhar com admiração
As rugas como mais um sinal de sabedoria
Um sinal de crescimento
De novo um ponto de vista dualista
Que define a nossa postura
Perante os outros
Perante a vida…
Mas se me derem a escolher
Entre andar até ao fim
E de nunca
Parar
Eu optarei por continuar
Porque bebo
E sigo os dois pontos de vista
E procuro entre eles
O possível equilíbrio
Um lugar neutro
Onde possa verdadeiramente sentir
Pensar
Respirar
E isso não tenho
Não consigo ter
Quando por vezes
Lá calha
Parar…