Parar…

É contemplar os horizontes que nos esperam

Ou o abismo

Defende do ponto de vista

Com que encaramos o futuro

Com que olhamos uma adversidade

Porque se para o futuro nunca é demasiado tarde

O abismo está sempre latente

E é subjectivo

O abismo tanto pode ser um prelúdio de queda

Como um promontório

De onde uma forma de eternidade queiramos contemplar

E tudo depende apenas da nossa forma de ser

Da nossa forma de estar…

Pode significar que por fim nos contemplemos de forma decente perante um espelho

E nos apercebemos de que o tempo de facto passou

E nos espantemos

Porque aquele ser jovem

Deu lugar a um velho

Ou então demos connosco a olhar com admiração

As rugas como mais um sinal de sabedoria

Um sinal de crescimento

De novo um ponto de vista dualista

Que define a nossa postura

Perante os outros

Perante a vida…

Mas se me derem a escolher

Entre andar até ao fim

E de nunca

Parar

Eu optarei por continuar

Porque bebo

E sigo os dois pontos de vista

E procuro entre eles

O possível equilíbrio

Um lugar neutro

Onde possa verdadeiramente sentir

Pensar

Respirar

E isso não tenho

Não consigo ter

Quando por vezes

Lá calha

Parar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 07/08/2011
Código do texto: T3145554
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