ESCOLA DA VIDA

Escola da vida

"Nem pensamos percorrer

O que nos reserva o sofrer

São escombros que nos limitam

São só sustos que nos sacrificam

Que fazem, da vida, um eterno morrer"...

Myriam Peres

Muitas coisas aprendi pela vida afora. Lições choradas, decoradas, descoradas...

Aprendi coisas que, em meu coração, jamais imaginei. Coisas que ignorei e me assustei...

Matérias dificilmente aprendidas e loucamente esquecidas nas lições tristes da vida...

Estremeço ainda ao estudar as voltas que a vida dá. Pingando dores, ausências, desamores

De tanto voltar a relembrar, de tanto inutilmente aceitar, meu silêncio vem me acorrentar

Nos bancos escolares, primários, secundários e universitários, vi muita vida se transformar

Era nos exemplos de meu nunca precisar, do que só em outras pessoas podia acontecer

Que a minha vida veio me dizer, nas rolagens das poeiras de meu pés, veio me revelar...

E, às carreiras, não entendia o porque tudo tinha que ser assim, mascarado, escondido

Demais cruel, em demasia assustador, porque pra mim a vida era só de puro amor..

Não podia nem esperar que tudo iria me acometer, lições do só puro sofrer, alienado padecer...

Vi dúvidas em meus caminhos, amigas que vinham e iam num eterno sem saber porque

E, cabisbaixa, ficava refletindo se algo errado, palavras mal dadas tinham sido por mim faladas.

Mas nada me acusava, nada, no mais intenso pensar, nada me remoia, nada eu temia...

Algumas amigas, que por mim passaram, nem cheguei a duvidar, que eram só um aparentar

Depois das lidas passadas, das águas mais acalmadas, vislumbrei quanta peça tinha assistido

Em palcos das palavras ditas a esmo, mentidas para se mostrar, verdades que viriam acobertar...

De repente me vi numa montanha de momentos, que só eu sentia na minha sinceridade

Uma montoeira de realidades que eu só via à minha maneira, na minha honestidade

Será que o mundo me ensinou errado ou se eu é que vivo exigente e sempre preocupada?

Mas logo a razão vinha me encontrar e me asseverar que o mundo está do avêsso

Não havia mais aquilo que eu julgava que fossem verdades, era o furacão que varria

Que arrassava todas as plantinhas plantadas no meu sonhar de irrealidades

Que pena! Eu exclamava a todo instante, numa surprêsa e numa lucidez agoniante...

Nos meus livros de aprendizado, nos índices tão procurados nos capítulos buscados

Aprendi que a vida era só tropeços, foram só terços rezados, tudo virou pó acumulado...

E tudo aquilo foi me assaltando, foi me contaminando e, sem mais ver, me deteriorando

Quero emergir dessa escuridão, quero voltar a ser uma pessoa cheia de vida, de ilusão

Voltar a sentir como a vida é bela, como os perfumes que me oferece estão presentes

Abraçando, se alastrando e me contagiando de eterna felicidade, sinceridade e intensidade...

Seriam as pétalas do só prazer, seriam símbolos do renascer, seriam dádivas a me oferecer

Devemos sair da escuridão dos desacertos, das preocupações, desfilar no mundo a emebelezar

Sentir, que por mais que as pedras nos firam os pés, mais fortes nos elevaremos ao Criador

Pois Êle é a fonte do amparo, um protetor das nossas vidas. É um eterno "Nosso Senhor"...

Maria Myriam Freire Peres

Rio de Janeiro, 23 de novembro de 2006

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 26/11/2006
Código do texto: T301605