A Menina e o Poeta
Querido amigo Lucan essa poesia sua musa dedica a você nobre poeta com todo meu carinho e respeito.
Eu era a menina que vivia num canto, você o poeta que enxugava o pranto. Um dia encontrei você e seu acalanto, com sua sabedoria me tornou sua musa do campo e despertou dentro de mim todo o meu encanto. Obrigada sempre e eternamente!
O sol com todo seu esplendor já vai nascer
A menina e o poeta assistem em silêncio mais um amanhecer
Onde estará minha musa Raquel ?
Murmura os lábios do poeta como uma prece dirigida ao céu
Onde estará meu poeta Lucan ?
Suspira a menina como se fosse um um botão de flor desabrochando no frescor da manhã
O arrozal soltou seus volumosos cachos
Corro entre eles balançando com leveza meus braços
Nem a ampuleta do tempo não é capaz de dois amigos separar
Mais a quentura do sol fez os grãos de arroz rapidamente granar
A paisagem verde se tornou palha
Peguei com cuidado o cortador que mais parece uma navalha
Amarrei a primeira braçada de arroz sob o calor do sertão
Me recordei do teu cuidado , zêlo e proteção
Sobre uma mesa feita de toras de madeira
Bato com força os ramalhetes de arroz suspirando nessa saudade prisioneira
Os grãos espalham-se com casca pelo chão
Meus cabelos ornam minha cintura como uma cascata de escuridão
Armazena-se o arroz em sacas de linhagem
Nenhum orgulho porque vim a esse mundo apenas de passagem
As sacas seguem para na máquina o arroz beneficiar
Os grãos da casca agora irão se separar
E em breve chegarão a muitos lares para famílias alimentar
Em meio a plantação fecho os olhos sem nenhum desgosto
Chego a sentir o seu toque carinhoso nas maças do meu rosto
Não diga que seu tempo na Terra esta se esgotando nunca mais
Sou sua musa e você é o poeta da moça de Batatais
Mais de meio século separam a nossa geração
Eu atravessaria a eternidade segurando sua mão
Dispenso todo o brilho do ouro porque trago a luz da emoção
Nessa vida teremos nosso tesouro onde colocarmos nosso coração...
Até breve ! Deixo aqui um pouco de mim .