A CANÇÃO DO VENTO
Minha lira vaga e voa
Beija-flor à toa
Cheirando pólen e lambendo mel
Meus versos não são rebuscados
Ainda que pareçam trabalhados
Escorrem cristalinos
Feito cascatas do céu
Meu amor adormecido
Foi subitamente despertado
Que bom,
Eu não estou vencido
Meu poema
Concreto e fragmentado
Anseia ser compartilhado
Digerido, degustado, questionado,
Discutido,
Não por intelectuais distantes
Prepotentes, inatingíveis
Mas por pessoas, humanas, acessíveis,
Sensíveis,
Que compreendem minhas palavras
Minha Lira vaga e vôa
Beija-flor à tôa
Em busca de quem tenha tempo
Para ouvir a canção do vento
No meio da selva urbana