A amizade...
A amizade
Que sinto
Perdoa
Teus pequenos pecados
O dia em que lutarmos
Em que brigarmos
Por alguma coisa
Que seja a liberdade
De expressão, de.
Dizer e escrever
À minha frente
Um ambulante
Vende mapas
O seu ponto
É o farol
Um pouco antes
Havíamos passado
Por um outro
Que vendia
Panos de prato
Na verdade
Ex-sacos de farinha
Descosturados
Lavados
E bordados
Logo ali
Nas escadarias
Meninas escolares
Vendem-se
Prostituem-se
Enquanto o mendigo
Dorme a céu aberto
Curando o porre
Da noite anterior
E o cão, melhor amigo.
Do homem, vigia.
Cumpre sua missão
Cuida do dono
Enquanto o dono
Dorme a céu aberto
Comércio informal
Vida informal
E nos discutindo
Poesia, filosofia.
Filosofando sobre
O dia a dia
Não importa
Que autor ou
Qual mestre
Você defende
Ou segue agora
O que importa
É que nos nós
Respeitemos
E que cada um
Defenda o melhor
Possível suas idéias
Contrastes
Vivemos de contrastes
A senhora idosa
Pede uma ajuda
Uma moeda
Uma esmola
Eu tiro do bolso
As moedas que tenho
E entrego a ela
Retiras do bolso
E as dá a ela também
Ela sorri agradecida
E para Deus nos abençoar
Eu penso em perguntar
O que Deus tem com isso
Mas, resolvo calar.
Seguimos andando
Pela avenida dos contrastes
Andando, chegamos.
A estação do metrô Brigadeiro
Eu vou para a V.Madalena
Você para o Paraíso
Sentidos contrários
Nos despedimos
Eu desço do metrô
Passo no Franz Café
Tomo um, compro
Um maço de cigarros
E vou para casa
Vou para o amanhã
De um novo dia
Tudo de novo
Novo
ABittar
poetadosgrilos