POETA, FILHA DAS GERAIS (dedicado à Celêdian Assis)

Erguem-se montanhas

Nos verdes dos teus versos

Erguem-se paisagens matinais

E também noturnas

De estrelas

De madrigais

E da luz natural as farturas

Iluminando o comboio da poesia

Ó, poeta, filha das Gerais

Mulher e poeta em um só corpo poético

Em tudo imagético

Magnético

Poeta de verdes, amarelos e anis

De loiras bandeiras do teu país

Versos desfraldados correm os campos gerais

De lado a lado

Cobertos da rendada neblina

Filó de babado de vestidos de menina

Teus olhos correm além dos cumes

Teus olhos feitos

De ternura e doces ciúmes

Ciúmes das estrofes que são tuas

Correndo pelos campos de flores

Inteiramente nuas

Na cor da pele

Na tez levemente morena

No cheiro das açucenas

E no vento brincando em tuas faces

És poeta maior

Não disfarces

Toma teu poema

Cobre com ele o teu dilema

Poeta de dimensões incalculáveis

Poeta dos imagináveis

E dos inimagináveis

Poeta cujo sublime canto

É feito só de ouro e prata

De pedras preciosas

Do mais caro diamante

Poeta que mina das minas a mais inflamada poesia

Poeta feita de amor

De encanto e de magia