Comboío de Emoções
Queria parar o combóio de emoções
Que dilacera e queima o meu ser
Que me leva em infinitas direcções
Do qual não me consigo esquecer
Queria apagar o que sinto
Esconder-me de mim própria
Fazer de contas que não existo
Abandonar-me à própria Morte
Morte de afectos e sentimentos
Todos aqueles de que sou guardiã
Mas que se revelam inuteis e sem sentido
Perante um mundo sem brilho e cruel
Queria queimar numa fogueira
Tudo aquilo que alimenta o meu coração
O que ninguém entende, nem quer
Guardado sobre a forma de recordação
Tantos sonhos, amor e amizade
Tanta ausência, cisrcubstância, sofrimento
Tantas lágrimas cujo sentir ninguém compreende
Tanto afecto disperso e rejeitado
Não entendem a dor sincera e profunda
Que asfixia e aperta o peito
A sensação inglória de querer respirar
De acordar sem ter vontade de continuar
Num abismo entre o coração e a alma
Não existe sossego nem controlo
Resta apenas desilusão grandiosa
Espelho da solidão invejosa
Que arde maleficamente dentro de mim...