Comboío de Emoções

Queria parar o combóio de emoções

Que dilacera e queima o meu ser

Que me leva em infinitas direcções

Do qual não me consigo esquecer

Queria apagar o que sinto

Esconder-me de mim própria

Fazer de contas que não existo

Abandonar-me à própria Morte

Morte de afectos e sentimentos

Todos aqueles de que sou guardiã

Mas que se revelam inuteis e sem sentido

Perante um mundo sem brilho e cruel

Queria queimar numa fogueira

Tudo aquilo que alimenta o meu coração

O que ninguém entende, nem quer

Guardado sobre a forma de recordação

Tantos sonhos, amor e amizade

Tanta ausência, cisrcubstância, sofrimento

Tantas lágrimas cujo sentir ninguém compreende

Tanto afecto disperso e rejeitado

Não entendem a dor sincera e profunda

Que asfixia e aperta o peito

A sensação inglória de querer respirar

De acordar sem ter vontade de continuar

Num abismo entre o coração e a alma

Não existe sossego nem controlo

Resta apenas desilusão grandiosa

Espelho da solidão invejosa

Que arde maleficamente dentro de mim...

Sonya
Enviado por Sonya em 13/04/2006
Reeditado em 03/07/2006
Código do texto: T138311