Papelada
Papelada
Papéis por todos os lados
Rascunhos esparramados
De formas desordenadas
Doidas e alucinadas
Numa bagunça danada
Mas como são abençoadas...
Oceano de papéis
Rascunhadas poesias
Ficam todas embaralhadas
São palavras que foram usadas
Para rimar sentimentos
Para afagar os meus lamentos
Para afastar todos os desalentos...
Ao pegar pra reler alguns
Deparo-me falando em amor
Ansiando um calor abrasador
Com suspiros dados em flor
Revendo qual juras trocadas
Saudades do meu amor...
Arrasto -me tal qual donzela
Implorando pela primavera
Lembrando das madrugadas
Do meu céu todo estrelado
Do meu luar pra todo lado
Irradiando um amor desesperado...
Exulto intensa a alegria
Ao encontrar tanta fantasia
Escrita e jogada em um papel
Faço de conta que são estas linhas
Que preenchem minha vida
São formas adormecidas
Dos galpões de vidas sentidas...
Vou me banhar nessas linhas
Vou naufragar de paixões
Quero beber todas minhas rimas
Embebedar com as suaves ilusões
Quero boiar nessas águas divinas
Quero morrer com tal ambição
Que me acalma o coração...
Myriam Peres
Formatado:
http://myriamperes.blogspot.com/2008/03/papelada.html