Pássaros da liberdade
Deitada na cama, início de tarde, lendo um livro,
A janela aberta, por onde entrava um cheiro gostoso de chuva e terra molhada.
Ao meu lado a gata preguiçosa dormia, às vezes de leve ronronava,
Olhei pela janela, larguei o livro no travesseiro,
Um barulho chamou minha atenção...
Um pequeno João-de-Barro bicava e deixava cair ao chão
As coloridas frutinhas do Jambolão,
Bem-te-vis juntaram-se, parecia uma reunião de vizinhança!
Lembrei de como queria ter passarinhos quando criança,
Hoje já não quero mais,
Pois não consigo imaginar os pobrezinhos engaiolados,
Presos, privados da liberdade sem poder no imenso céu azul voar.
Prefiro vê-los soltos ali pelo quintal
Curiosamente a me olhar
Como se estivessem me agradecendo por ter mudado de idéia.
Que sensação agradável! O sentimento? Qual poderia ser?
Nenhum outro, somente paz!
Às vezes sinto como se estivesse voando com cada um deles
E a liberdade e o céu como companheiros leais.