Sempre Foi Somente Eu
E, certo, hei de estar
Quanto mais conseguir ver
Quão além me levo a crer
Sobre tudo o que passou
E, calmo, hei de estar
Quando todo sangue escorrer
Seca a lágrima, ao descer
Vento frio, a congelou
Horas presas, eterno tempo
Pairo leve, pensamento
Mudo a rota, nau acalma
Aquária, corrente d'alma
Horas passam, vão-se dias
No recuo deste recinto
Tal Teseu, em labirinto
Vence a fera indomada
Ora, pois, se não só eu
Somente eu, apenas eu
A reerguer-me após a queda
Mirando novo apogeu
Ora, pois, se não só eu
A trazer, a organizar
Coragem, fúria contida
No gesto simples de olhar
Sempre foi somente eu
Que teria que lidar
Com a ferida aberta de um "não"
Pós-bálsamo vindo do "sim"
Sempre foi somente eu
Responsável por juntar
O saldo residual
Da melhor parte de mim.