(2020)
MORO ONDE NÃO MORA MAIS NINGUÉM
(Sócrates Di Lima)
Onde eu moro,
Não mora mais ninguém,
É onde eu adoro,
E talvez um dia ter alguém.
Não há riqueza e nem luxo,
Uma caixinha de fósforo,
E nos meus dias em, fluxo,
É ali que a minha liberdade aforo
É ai que fico sozinho,
Nas noites de frio e calor,
É ai o meu pequenino ninho,
Onde circula o meu próprio amor.
Aqui não passa ninguém,
Que eu não permita,
E a rua no seu vai e vem,
Ninguém me ouve quando minha libido grita.
E quem ai já entrou...
Por certo gostou do meu ninho,
No meu aconchego eu sou,
Um livre passarinho.
É ai que entra a saudade de todo dia,
É dai que sai a tristeza e a melancolia,
Não fazem parte na minha alegria,
Nem dos meus versos em poesia.
É ai que mora um coração,
Livre, leve e solto...
Sem compromissos nem paixão,
Apenas um cantinho que tanto gosto.
É ai que faço minha estripulias,
Mas sem churrasco na laje,
É dai que emerge minhas poesias,
É ai que Deus me protege.
É ai que as vezes choro,
dou gargalhadas como agora....
É do portão para dentro que eu ignoro,
As coisas ruins que estão lá fora.
É ai que lavo, passo e cozinho,
Recebo, escrevo e canto,
É ai o final do meu caminho,
Depois de um dia de trabalho tanto.
É ai no cento e noventa e sete,
De uma rua qualquer da zona Norte,
É ali que minha tristeza se diverte
Que Deus me ajuda e me dá sorte.
É ai que gosto de ser feliz,
Á maneira que eu quero,
Faço muito mais do que dantes fiz,
Estar sozinho não é ruim,
Nem é o fim,
É ai que vivo, erro, acerto e me reconsidero.
Lar....doce lar!
que talvez falte você...
um lugar para eu lhe amar,
lhe fazer de um tudo, e sei la mais o que!