NO OUTRO OLHAR
(Socrates Di Lima)
Amei o amanhecer,
No teu olhar azul...
Que se fez céu marinho ao entardecer,
Provocando brisas de tarde no meu Norte e Sul.
E o céu se encheu no vazio sem fim.
Numa saudade em coro primaveril,
Canções borbulham dentro de mim,
De tão terna se fez sutil.
Efêmero olhar...
tão breve e tão intenso...
Distante um elo a sonhar,
Fazendo o presente tenso!
No outro olhar que ora não vejo,
Talvez nem saiba onde está...
E assim, no antigo, velejo...
Numa viagem infinda, lá e cá!
...E não é o seu olhar comum,
É aquele que da alma olha...
Buscando átomos, um a um...
fragmentados nos vitrais em bolha.
E se me olhas assim, talvez...
Em algum lugar que não alcanço,
Fico a olhar neste olhar da vez,
Para encher o meu olhar, que assim na vida avanço!