A LESTE...
A LESTE...
A leste deste mar lá na lonjura
Da sua majestosa imensidão,
Vai ter um denso rio que me censura
Se não canto a beleza da junção
A leste desse rio que desagua
No mar que de deleite é meu objecto,
Há um calmo riacho que se amua
Se não der atenção ao seu trajecto
A leste no riacho que provoca
O rio que neste mar tem sua foz,
Há, estreita, uma garganta que o sufoca
Contudo sem calar a sua voz
A leste destas pedras onde desce
Pelas encostas desbravando o monte,
Há um fiozinho de água que assim cresce
Nesse murmúrio da pequena fonte
A leste dessa fonte e altaneiro,
Um monte vai olhando esta beleza,
Em tudo o que há de puro e verdadeiro
Nesta fecunda mãe, a Natureza
No cimo desse monte encho os pulmões
Respiro e mando embora alguns problemas;
Então surgem-me ideias e canções
Com esta ilusão... de que são poemas.
Joaquim Sustelo
(editado em RAIOS DE LUZ)