A LESTE...

A LESTE...

A leste deste mar lá na lonjura

Da sua majestosa imensidão,

Vai ter um denso rio que me censura

Se não canto a beleza da junção

A leste desse rio que desagua

No mar que de deleite é meu objecto,

Há um calmo riacho que se amua

Se não der atenção ao seu trajecto

A leste no riacho que provoca

O rio que neste mar tem sua foz,

Há, estreita, uma garganta que o sufoca

Contudo sem calar a sua voz

A leste destas pedras onde desce

Pelas encostas desbravando o monte,

Há um fiozinho de água que assim cresce

Nesse murmúrio da pequena fonte

A leste dessa fonte e altaneiro,

Um monte vai olhando esta beleza,

Em tudo o que há de puro e verdadeiro

Nesta fecunda mãe, a Natureza

No cimo desse monte encho os pulmões

Respiro e mando embora alguns problemas;

Então surgem-me ideias e canções

Com esta ilusão... de que são poemas.

Joaquim Sustelo

(editado em RAIOS DE LUZ)

Joaquim Sustelo
Enviado por Joaquim Sustelo em 01/07/2007
Código do texto: T547747