A LAREIRA
Que pena sinto não ter tido uma lareira,
Para no aconchego da sua viva chama,
Sentir a Paz e sossego da minha alma,
Que precisa de acalmar numa clareira.
Gostaria de ter ouvido histórias contadas
Por meus avós, ao ritmo da minha lareira,
Crepitando pelo queimar da pobre lenha,
Ao ficar negra com a chama que queima.
Essa lareira que meus avós tiveram então,
No seu tempo de crianças, na rusticidade
Das suas casas, de pedra e xisto, à vista,
Que eu recordo com saudade, sua magia.
Hoje ter lareira em casa é um grande luxo,
Não pelo custo, apenas pela desatenção,
Que é dada à lareira, por já não contarem
Histórias aos netos mui presos à televisão.
A lareira aquece-nos as ideias e o coração,
Torna-nos mais reflexivos, de boa opinião,
Retém-nos no nosso lar, sem maus desvios
Por outras vias e muito perigosos caminhos.
Ruy Serrano - 21.12.2014, às 09:35 H