TUDO NA VIDA PASSA
(Sócrates Di Lima)
 
 
Olho para dentro do meu pensamento,
entre aberto se alinha ao tudo,
Olho a brisa em um céu azul cinzento,
Como se do céu fosse um escudo.
 
Vejo folhas secas aos ventos,
Levadas sem resistência alguma,
Com elas muitos desalentos,
Mortas pelo tempo, uma a uma.
 
Olho pelo retrovisor da saudade,
Não vejo nem um passado remoto,
Um tempo sem identidade,
Então meu pensamento solto.
 
Então olho para dentro de mim,
Minha alma alegre que a tudo se importa,
Como se fosse assim,
um coração sem porta.
 
Vasculho minhas memórias,
Nada encontro que possam ser vistos,
quase apagadas tantas histórias,
Que pelo tempo foram previstos.
 
Olho então a pele que um dia foi marcada,
Por bocas e dentes de amar,
Já não há mais nada,
Outros pensamentos me fizeram apagar

Só não se apagou,
A letra do punho
nem as marcas da pele, que ficou,
gravados como rascunho.
 
Em outra, vejo uma face desenhada,
Como se á mão pintada,
Nas cores do belo formada,
Por um rosto belo sem disfarce.
 
Mas, de quem é  o rosto!
Não me lembro,as, há aqui tamanho segredo,
Claro que tenho um leve visão meu gosto,
Para que eu possa me repensar.
 
Mas, tantas histórias vão para o passado,
Porque a vida segue seu rumo,
Viver o hoje é apropriado,
O ontem já fou, não tem mais prumo.

Já faz tempo os tempos passados,
Pois, tantas águas desceram rio abaixo,
E as pontes ruídas e fragmentadsa,
Não ligam mais as estradas  e  a nenhum encaixo.
 
Abriu-se a gaiola das vontades,
Soltando-as em nuvens enfurecidas,
Como um corpo solto em tempestades,
Em tantas memórias perdidas.
 
Então em poesia Eu grito,
Até ouço um eco profundo,
ecoando nas paredes de um abismo infinito,
No buraco negro do mundo.
 
Ai, eu até quase choro,
Como quem esteve esvaziado,
Mas é um momento que ignoro,
Nada mais me liga ao passado.

Ora, não me lembro de coisa ou pessoa,
Mas de um passado como um todo,
Como o vento na proa,
Que leva o barco sobre o mar de qualquer modo.
 
E o que é bom da saudade!
É que ela é do hoje sem herança,
E ai eu encontro a identidade,
Entre a realidade e a esperança.
 
Então, um novo rosto surge na tela do meu olhar,
Banhado no marfim alegre de um sorriso terno,
Que me renova e me faz despertar,
Para o novo tempo do eterno.
 
Por fim, posta sobre a mesa uma verdade,
Que o  tempo  e o rio se entrelaça ,
Deixa para traz apenas uma saudade,
E a me dizer ver que nesta vida tudo passa.
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 08/05/2013
Reeditado em 09/05/2013
Código do texto: T4280336
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