TRAGO SEU CORPO À ILUSÃO DOS MEUS OLHOS
TRAGO SEU CORPO À ILUSÃO DOS MEUS OLHOS
Trago seu corpo à ilusão dos meus olhos
E numa união de prazer e beleza
A piscada que seus olhos me deram
Senti a aproximação da intimidade
Num ato romântico
Entre dois seres.
A música que se ouvia,
Embalava seu corpo
Num frenesi sereno,
Que meus olhos seguiam
Numa ação involuntária.
Como não dar ritmo ao meu corpo,
Ficar alheio ao convite musical,
Onde a expressão corporal
Era um complemento a cena.
Era um erotismo espiritual
Que só duas almas afins
Conseguem uma simbiose perfeita.
Onde a expressão do corpo
Atende ao apelo ótico
Que banha-se em cristalinas lágrimas.
Da sua chegada à minha sombra no solo,
De suas vestes floridas
Ditam à brisa
Que refrigere minh’alma
Num bálsamo de alegria.
Como fechar meus olhos
À chegada do seu corpo,
Pois espero pacientemente
A companhia dele junto ao meu.
E digo solenemente:
- Chegaste meu amor!
É uma doçura seus movimentos,
Que meu coração ansioso
Reconhece a saudade saudável
Que em momentos efusivos
Deixam meus olhos fitando o horizonte
À procura da imagem dançante.
Como não reconhecer que às vezes
Sinto-me angustiado,
Deixo espaços para o vazio
E nesse vazio
Não vejo seus movimentos.
Então trago a ilusão aos meus olhos
E sua presença fica presente.
Alegro-me com essa miragem
Que sacia momentaneamente
Minha euforia de solidão.
E numa transmissão de pensamentos
Você chega no momento exato,
Afastando a miragem
E concretizando o anseio
Que meus olhos revelam.
Isso é mais do que amar
Muito mais do que amor,
É o encontro sublime e divino
Que encarna a recepção
De dois amados amantes.
Di Camargo, 13/04/2013