CALMARIA (Liberalino)
A brisa mansa passeia
Pelas veredas do vento
Que não cicia sedento
E nem intenta segui-la
Mas manda dar volta e meia
E se mover devagar
O que ela faz ao passar
Sem sibilar intranqüila
Suave e menos confusa
A aura descansa na flor
Que lhe parece incolor
Mas na verdade é vermelha
E o zigue-zague da cruza
É traduzido na dança
Desse zumbir que não cansa
Nem mesmo as asas da abelha
Haja silêncio profundo,
Até as sombras do abismo
Estão sabendo que eu cismo
E o meu castigo é sonhar
Os sectários do mundo
Estão tecendo cadeia
Enquanto o sono passeia
E o sonho serve de altar...