varal da solidão

rico, rico, rico

com as pérolas que escrevo

que só eu as avalio

e com elas me rio

pois pouco valem pra alguém

como eu também

uma franja no rosto

um brinco na orelha

tatuagem no braço,

no púbis, um abraço

da ovelha, da velha

pentelha chamada saudade

estou na idade

de sair de madrugada

procurando gatos pardos

numa rua sem saída

usando a camisa puída

pelo sabor da alegria

sem medo da alergia

de ficar dependurado

no varal da solidão

como um louco a escrever

escrever com o coração

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 16/11/2012
Código do texto: T3988609
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