solte-me, camaleão
deixe-me escrever
à toda hora, todo momento
no contra-vento, no que invento
vem, vento, vem
vai também
atrás de alguém,
mas não queira me dizer
o que não sei
deixe-me procurar, ver se descubro
me cubro com o azul do mar
fico rubro com o sol a me queimar
e, contudo, não me iludo
sei onde vou parar
só não sei quando
pode ser que quando tudo
for de novo começar