A dama das noites
Aquela alma vagava só
Sob a escuridão que vinha
Com aquela chuva fina,
Aquela alma continuava só.
Percorreu caminhos indo ao longe
Até sumir de minhas vistas.
No negrume em que se encontrava
Eu já naquela altura nada discernia
Muito pouco eu via.
Mais em passos largos e firmes
Se foi, para onde não sei.
Aquele sorriso se prolongou pela imensidão da rua,
Ecoou nas casas e nos corações,
Com toda a chuva que caía e o frio que insistia em se fazer notar
Aquela alma esboçava risos largos,
Aquecendo o coração
Enchendo de esperança os pobres que viviam em vão.
Sumiu cálida e complacentemente no breu
Levando consigo aquela alegria incomum
De alguém que não espera ser apenas mais um
Entre tantos na multidão dos dias ensolarados.