Fim de tarde
No findar
da tarde morena
deitado na doce rede,
suor que alimenta famílias,
à sombra da frondosa amoreira,
fonte de vida
dos passarinhos azuis
e borboletas coloridas,
me delicio
com os sabores do campo
e contemplo
o pôr do sol de dezembro,
mais belo que meus olhos
já contemplaram,
ao seu lado
enquanto o fogo
queima os papéis
que um dia a mão escreveu
os serenos sonhos
do ventre materno
agora realidades mortas
consumida pelo prazer
da vida simples do campo.