Vida de flor
Se pensas colher flor de mágica fragrância e de voz imortal
saída do fundo do céu risonho, em constelada chama doce,
antes rega aridez interior que tem cheiro agri-ocre mortal,
com amor de incrível remissão que nunc’alguém te trouxe!
Tem de ser o amor mais que perfeito,do sangue de tu’alma,
que florestas foi sangrando, a tudo dando adeus indefinido,
expurgada do vício mais singelo, enquanto no seio inflama
a seiva refulgente que fertiliza e cria, calmamente rasgando!
Bebe justiça, sai por aí desdenhando de toda a recompensa,
abrindo-te de porta em porta. Morre! Desfalece! E descansa
no bálsamo de quem triunfou, exultou apenas por florescer
d’um esboço sonhad’onde creu, errou e eternizou o seu ser!
Serás a flor rebentando seja na lua branca,cinz'ou negra,
co’a mente serena, humana e incrível qu’os sonhos singra,
cercando d’amor e d’aroma tudo que bendizer soluçando,
na crença errando erguerás teu verdadeiro Vergel florido!
Santos-SP-24/07/2006