BAR POESIA
Vou me sentar aqui, moço
Traga uma garrafa de Poesia
Não temos, moça
Pois então providencie
Eu quero tomar Poesia
Só sairei daqui
Ao amanhecer do dia
Vá enchendo o meu copo
E se eu ficar grogue, nada diga
Saiba o senhor
Que a Poesia é velha amiga
Ela me vê sorrindo
Ela enxuga meu pranto
Encha o copo, sim senhor
Coloque uma música pra tocar
Uma daquelas bem nervosas
Para tristezas convidar
A senhora enlouqueceu?
Quem em casa a levará?
As minhas pernas , moço
Me levam onde quero chegar
E não quero ir pra casa
O copo está seco
Faça o favor de encher
Derrame um pouco para o santo
Se a senhora insistir eu vou chamar a polícia
Melhor que chamo o guarda para comigo beber
Pra jogar fora as armas
E de amor enlouquecer
Lambisco as bordas do copo
De deliciosa Poesia
Assim eu vejo tudo lindo
E amo a quem queria
Comemoro uma coisa
Mas eu não posso dizer
Ponha mais um pouco
Não economize
Minha paixão é tão grande
Um delito
Um deslize
Já está tarde, dona moça
Eu vou fechar o bar
Pois que feche, meu senhor
Eu levo a garrafa de Poesia
Que eu bebo é de alegria