Enquanto há vida há sempre uma primavera que floresce
E um dia ! Irrompeste na minha vida.
Vieste de mansinho acordar
o que estava adormecido.
Revolucionaste,
com a doçura das tuas palavras,
a minha placidez.
Queda estava.
A minha vida decorria
como a água da nascente.
Translúcida e pura.
Livre de escolhos.
Nascente espontânea, e independente espraiava-se
tranquilamente, descobrindo o trilho
por onde ia cantando e encantando.
Singular na sua natureza.
Presa ao seu destino, o mar
Viva graciosa e admirável
Insinuava-se no seu encantamento
E o caminho, fazia-o sem pressas.
Entre os afagos da natureza.
Com suspiros de quem se entrega por amor
ás vagas dessa imensidão.
Mas tu apareceste no entardecer da minha vida.
Inesperadamente, acordaste
a volúpia adormecida dos meus sentidos.
E tudo em mim se alterou.
E uma explosão de felicidade
avivou o meu coração
que voltou a palpitar, nos anseios ardorosos já amaciados.
E despertaste as saudades de um passado,
tormento puro, doce e magoado.
E o meu encantamento
tornado sonho
pelo que me sussurraste
prova de generosidade e acto de amor
tornou esse Outono
na mais linda e florida primavera
tta
20-09-08