Meu Natal quando criança
Meu natal, quando criança,
mais que vela e esperança,
tinha os encantos do vovô.
Tinha farra e alegria.
Na mesa, todo dia,
guaraná com a tampinha,
que ele antes perfurou.
Farra e muitos brindes,
um sorriso encantador,
um olhar indescritível,
picolés lotando o congelador.
Eu nunca o vi reclamando da vida.
Eu nunca ouvi um gemido de dor.
Da boca dele só saia palavras bonitas.
Da boca dele só se ouvia palavras de amor.
Meu natal perto da esplanada,
tinha árvore improvisada
e a mais linda da região.
Bombons sonhos de salva
com sabor sem ressalva.
O paladar degustava
felicidade no coração.
Folia e muita brincadeira.
Um ser humano fascinante.
O amor à vida mascarava
o cansaço no semblante.
Hoje, meu natal não é triste
e nem poderia ser,
mas tem momentos que ele insiste
lembrar de você.
E, se eu adoro tanto o natal,
é porque sempre comigo estará
a lição que você me ensinou:
natal, também, é tempo de brincar.