Um poema de idade

Não quero presentes.
Tenho muitos guardados.
A singeleza da amizade,
o toque suave da graça divina.

Tudo isso é primaz.
Quando se completa anos,
captura-se o que é importante.
Tenho desligado-me de tanta coisa.

Sou feliz. Sim, sou feliz!
Sei que não perguntou,
mas preciso dizer isso.
Uma felicidade "inroubável".

Trago-a dentro, lá dentro.
A adquiri com suor e tempo.
Suor produzido pelas angústias,
tempo, gasto na compreensão das mesmas.

Não quero presentes, quero apenas viver.
Passar meus dias debruçado no parapeito da vida.
Observar de camarote os dias passarem
e se o samba tocar, mover-me em direção à felicidade.

Quero poetizar a idade.
Dizer para mim mesmo: eu te amo...
Criar versos nas curvas da existência
e quando eu dobrar a última,
dizer sussurrando: valeu meu Pai.
Fábio G Costa
Enviado por Fábio G Costa em 28/05/2015
Código do texto: T5258401
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