O relógio
Vinte e quatro pontos pomos
Foram vinte e quatro vezes
que assiste a tão belo instante
O relógi insistentemente põe-se a tocar
Ele diz que inevitavelmente
Que transpus o vigésimo segundo
Aquele dia que encantado
Me vio chegar menino desnudo
Para um mundo tão complexo
Cheia de altos e baixos
Se foi aos poucos mostrando
A beleza em cada ponto
Contrastes chocantes porém singulares
Como as linhas quebradas
Das eternas chapadas dos guimarães
O visual vislumbrante
De cabelos encarapasados
De olhos e lábios habeis
E o brilho da pele retinta
Como o piche que o sol
O faz lumiar e suor como uma seiva
Hoje madurecido ademiro e miro
A profundidade de sua beleza
Desta negritude desterrada
Ao longo destes vinte e quatro anos
Itens de investidas mau sucedidas.