APOCALIPSE (O Poema Indesejável)

“... E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já

o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existia.” (Apocalipse, XXI : 1)

... Ainda há pouco ouviram

(os que se debatiam, agonizantes

em meio aos escombros),

grande explosão nas nuvens.

Depois, a sucessão interminável

De estrépitos menores

no solo em estertores.

Da mais temida tempestade

as derradeiras luzes

vergastam, vigorosamente,

a crosta planetária.

Exibem para os sóis na Imensidade

o horror do grande ocaso,

o imenso caos.

Por fim, instaura-se, lenta,

a mais negra e pesada das noites.

Frio terrível.

Estranhos odores

alastram-se aos uivos do vento da morte.

Assim, a interstícios,

domina o silêncio.

Absoluto.

Não mais o pulsar do tempo.

Nem uma luz peregrina

no imenso e profundo abismo

que os mais aptos filhos da vida

chamavam de Terra...

22 de abril de 2012 (DIA MUNDIAL DA TERRA)

(Da coletânea "Estado de Espírito")