SÉTIMO DIA DE PESSACH

Já se arrastam uns seis dias

Como faço todo o ano,

Melênios de travessias

De um coração sem engano.

Serão sete dias amanhã,

Ao por do sol, o descansar,

Quando a luz do meu afã

Não mais quiser brilhar.

Para mim não é um peso

Me abster da levedura,

Sinto-me até mais teso,

Isento de amargura.

E na noite, a lua lívida,

Tão contente a liberdade

Com seu lumiar tão tímida,

De expressa castidade.

Pura como ázimo pascoal,

Alva como a gélida neve,

Assim é a liberdade vital

Que é serena e tão leve.

Sinto na carne cândida luz,

Cuja liberdade proclama

Que pelo mar nos conduz

Com o lume da nova chama.

Se inda mais um dia eu tiver,

Se mais um sol me brilhar,

Se ele assim o quiser,

Irei transpor grande mar.

E nesta festa das primícias,

Os frutos, os primores

São símbolos de carícias,

Como de dois amores.

É reviver, não ser esquecido,

Cada passo, separa a bandeja,

Cada momento bem vivido,

Cada lembrança da peleja.

Nesta manhã que rezei

Último dia da comemoração,

Sacro cíclo, eu lembrei

Que marca o fim da escravidão.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 25/04/2011
Reeditado em 25/04/2011
Código do texto: T2929695
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