QUM ÉS TU?
Eu sou mulher...
tenho a historia por testemunha!
Quando sou índia, sou Iracema
pelo estrangeiro varonil
gerei no ventre a terra gentil.
Quando sou negra!
Estou na senzala, sou escrava,
sou senhora, sou princesa que na força
da pena me tirou as algemas dos castigos.
Sou mulher, sou guerreira pela minha terra,
fui valente soldado na guerra.
Sou mulher, sou piedosa, nada majestosa,
enfermeira, lavadeira, dos pobres fui a mãe,
tive como recompensa,o perdão como sentença.
Sou mulher, sou política e independente, militante,
de domestica cheguei a presidente.
Eu! sou mulher, nascida nas favelas,
nas senzalas, nas matas e nos palácios pelo mundo
crescida nas negações, sou mãe, sou esposa, sou
forte quando me chamam de fraca. Sou do homem a
costela que do meu ventre nasce.
Sou mulher, sou guerreira. Sou aquela que do
peito brota o futuro.
Eu! aquela que presa grito alto e rompo os
grilhões. Eu não tenho nome sou apenas mulher.
Já fui Eva, Madalena, o nome não importa sou tudo
que esse mundo de mim não quer.
Mulher feita de aço, não tem medo do braço,
Forte do acoite, grita alto no meio da noite.
Corre pela campina e sai no asfalto,
rompe com as cadeias e voa longe.
A mulher venceu as barreiras do tempo
e chegou trazida pelas sombras do passado
Na tempestade arrastada pelo vento.
Vitoriosa é a mulher que saiu sorrateira
Das aldeias e quilombos e nas alcovas
Da ditadura lutou pelo seu nome.
E hoje é a mulher a maior vencedora
Das glorias que este pais tem.
No começo da historia fomos guerreiras
Como Iracema, brigamos na guerra e nos
Chamamos Anita, e na nossa força independente.
Nossa voz foi ouvida de um canto a outro da pátria
E a mulher em sua altivez colocou o voto na urna
Pela primeira vez. E você ainda me pergunta quem
Sou! Sou mulher.....
Escrita em: 08/03/2011