SONS DE NOVEMBRO
Vai chegando o mês de novembro,
uma bela multação no humor
vou sentindo em cada membro
cada célula gritando de amor.
As chuvas vem confortar,
levar as dores na enxurrada
os meus votos a renovar
com minha alma apaixonada.
Ouço o som mais harmonioso
que já ensaiou a natureza
cada pingo um tom audacioso
ouço a tua voz com muita clareza.
Olho pela janela os teus cabelos,
esvoaçantes, soltos ao vento,
sob a luz do poste como os novelos
como véu da noiva se arrasta no tempo.
A chuva de noite como mãos fagueiras,
sons de novembro, embalam o meu sono,
dou um suspiro fundo além das fronteiras,
deixo as amarguras num abandono.
Tal época, tal temporada de amor,
regada a muita bira e a muito vinho,
no dia vinte começa-se a compor
a deliciosa sensação de sentir o seu carinho.
Tudo marca o cíclo, o final,
de mais uma oportunidade para a vida,
festejando o recomeço depois do natal,
soltando fogos para mais uma luz renascida.
(YEHORAM)