Poética de uma vida (em construção)

Nasce uma bebezinha rosada.

Neta caçula, primeira filha.

Por todos é muito mimada.

Depois de uns anos nasce o irmão

semi-destronada, fica meio revoltada.

Criança inconsequente,

tolice ser assim exigente.

Cheia de fazer pirraça,

falta de coro, sem graça.

Aos quatro é convidada

para modelo da Sears.

Qual nada, mal educada,

recusa, ninguém a convence.

Para família um doce,

menina tão recatada.

Cresce feliz com os avós,

e com a tia tão querida.

A mãe trabalhando tanto,

corre prá lá e prá cá.

Já aos sete anos se muda

com os pais para Indaiatuba

Tempos difíceis aqueles.

a mesa não era farta,

as roupas todas usadas,

mas a mãe tão dedicada,

em tudo parecia uma fada.

O pai viaja muito,

ali pouco ele ficava,

mas com os irmãos se regalava,

era feliz a menina.

Sentia que precisava ser forte

e assim ela crescia.

Anos aqueles valiosos.

Cresceu em sabedoria

generosidade, humildade,

beleza e simplicidade.

Aos treze partiu de lá deixando

muitas lembranças para traz.

A biquinha, a bicileta, o ginásio,

o namorico, a amiga japonesa,

amizade grande, quanta riqueza.

Patrícia Tiyako Ozawa,

quanta saudade ficou,

dos laços de lealdade,

que pela vida levou.

Volta à Campinas menina-moça

para nova vida começar.

A situação era complicada.

Naqueles tempos não tinham onde morar.

Foram para casa dos avós já falecidos.

A convite da amada tia/mae Tana.

Ali estava também a prima Fátima.

A casa não era grande,

mas coração da tia era enorme.

Acolheu a todos docemente.

Tranquilamente instalados,

viveram ali um tempo.

Quando a coisa melhorou,

resolveram se mudar.

Mas e então como seria

A prima já se formara e

a Tia com quem ficaria.

A moça tomou a frente,

para não separar os caçulas,

de bom grado ficaria,

poderiam seguir suas vidas.

Pai, mãe e dois irmãos dali

foram-se então...

Ela com a tia começaram nova vida.

Choraram e riram juntas.

Brigavam e se enfrentavam

geniosas eram elas,

mas como se amavam.

Nos fins-de-semana lá ia

a moça a visitar os pais.

mas antes da segunda

voltava toda feliz

sua tia muito a mimava

na mãe era trabalhadeira

procurava servir a todos.

na tia se acomodava

cheia de paparicos

era dengosa ao extremo.

trabalhava como secretária

dava um duro danado de dia..

mas a noite uma folgada

vinha tudo das mãos da tia.

Mudaram-se para um kitnet

a casa antiga deixaram

o "ap" era uma graça

tudo novinho, bonito.

mas que saudade

elas tinham da antiga moradia...

...

Qdo deixaram a antiga casa

Teresa Azevedo
Enviado por Teresa Azevedo em 02/09/2010
Reeditado em 08/09/2010
Código do texto: T2474738
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