Mae-Imigrante

A mulher me ronda

procura no meu rosto

uma tristeza antiga

daquela que se mostra

vestida da cabeça aos pés.

Mundo descompromissado...

vagam intrépidos zumbis.

Como saber o valor da vida?

De repente, elas sonham

as crianças brincam

o giro do pião marca o rumo.

Vestígios da ambição? Não tem.

Amarelinha na calçada

esfumaça.

Fome, guerra, miséria...

pode mostrar a fuga

mar aberto,

Morte!

peito murcho

seguro por boca faminta

igual a boca do velho Chronos

retalhos de tempos perdidos

a tumba retém

o seu primogênito

Eu!

Tributo para as mulheres italianas e todo o seu calvário vivido durante e após a imigração ao nosso país.