A Bacia De Mercúrio

Cara a cara

Vc vai encarar o

Que supostamente

Acredita ser pecado.

A mulher é um relógio

A morada do tempo pré-

Histórico. Dose de libido

Única. Lugar de se livrar da

Imposição biológica dos fardos.

Ela vive para se libertar

Da cólera milenar que não

Vai acabar nunca. Ela existe

Para a tentativa de se livrar da

Dominação primal, dualidade carnal

Do mundo construído a partir do vício

Do pecado original. As forças contrárias

Constroem-se e se destroem numa eternidade

Primária que não vai acabar jamais. Nunca. Nunca.

O paraíso perdido

Apenas um mito para

Manter viva a ilusão de

Que um dia teria existido

Harmonia e afeição no lugar

Ideal, no vale da felicidade onde

Reinou plena de vivacidade as cores

Falazes da alienação. A mulher é máquina

De fazer nascer a morte. Seu vinco entrepernas

É o anjo da guarda de

Todos os sortilégios. Você

Quer acreditar que pode saber

Aprender a amar em outro qualquer

Colégio? Vc, filho de Eva, a princesa

Do leite mal térmico, terno recurso, primeiro

Alimento do útero, Pandora dos sete canais de

Édipo. Vagido primal, seu uivo, seu berro. Grito

Cruzada, incesto, suga-suga chup do leite materno

Seu vinco entrepernas

É o campo de Marte onde

Mercúrio exercita por milênios

A Arte da Guerra. O útero de Pandora

O mais letal drive original. Eva lançou no

Mundo há milênios, a descendência dela, os

Guerreiros da cadela que fundou Roma e todos

Os demais impérios. As gerações derivam da urna

Insaciável delta em todo o tempo: passado, presente

Futuro, Senhor dos Anéis da Criação de todos os tumultos.

Primeira costela de Adão fez dela, para sempre, carne de terceira.