Dias
Nos dias sozinhos, as divisórias me perdem no caminho.
Dias que eu sangro sangue azul por carinho
Noites trêmulas e sonos curtos, vendo ninho do pássaro que não voltou.
Minhas mãos vazias procurando outra
Minha cara preocupada, com aquele jeito debochado.
Minha vida um vazio, cheio de absurdos.
Curtos momentos de sorriso verdadeiro
Momento rasteiro, como cobra do sertão.
A vida em sua mão, em um segundo no chão.
O céu fecha-me com asas da melancolia
Que mais tardia servi-me de companhia
Para aqueles momentos de tormentos
A noite longa, passageira que passa devagar.
Os pássaros que posam a minha sombra
Nesses dias meus dias não são dias, apenas dias.