Morte Severina II

Amor, espero avistar

O teu choro caprichado

Quando a morte buscar

Este poeta coitado!

Quero um lamento só,

Com toda a força do peito.

Daquele que cause dó

No mais insensível sujeito!

Espero um gemido sem fim,

Como de um menino birrento.

Se parti, chegou meu fim,

Da outra esfera lamento!

Desejo um pranto chorado.

Com muita dor esse choro...

Pois respondo do outro lado,

Formando um macabro côro!

Tirado de ti fui agora...

Inefável combate da sorte.

Mostre a todos que outrora

Eu fui teu até a morte!

Esta severa é culpada

De mudar a minha sina,

Ceifando-me desta jornada,

Severa morte Severina!

Que sofras muito desejo

Do fundo do coração

Eu também sem teu beijo

Sofro o mesmo no caixão!

Carpe diem, depois disto,

Aproveite minha saída,

Mas não te esqueças que existo

Do outro lado da vida!

Aqui termina o enredo

A todos: Medonho tchau!

Na partida tenho medo... fui!

Fim de sonho... Ato final!

Guaraqueçaba, 14 de outubro de 2005

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 30/03/2008
Reeditado em 30/03/2008
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