Morte Severina II
Amor, espero avistar
O teu choro caprichado
Quando a morte buscar
Este poeta coitado!
Quero um lamento só,
Com toda a força do peito.
Daquele que cause dó
No mais insensível sujeito!
Espero um gemido sem fim,
Como de um menino birrento.
Se parti, chegou meu fim,
Da outra esfera lamento!
Desejo um pranto chorado.
Com muita dor esse choro...
Pois respondo do outro lado,
Formando um macabro côro!
Tirado de ti fui agora...
Inefável combate da sorte.
Mostre a todos que outrora
Eu fui teu até a morte!
Esta severa é culpada
De mudar a minha sina,
Ceifando-me desta jornada,
Severa morte Severina!
Que sofras muito desejo
Do fundo do coração
Eu também sem teu beijo
Sofro o mesmo no caixão!
Carpe diem, depois disto,
Aproveite minha saída,
Mas não te esqueças que existo
Do outro lado da vida!
Aqui termina o enredo
A todos: Medonho tchau!
Na partida tenho medo... fui!
Fim de sonho... Ato final!
Guaraqueçaba, 14 de outubro de 2005