Lenheiro
Do imenso eu
Broto folhinhas e cores
Segredo vidas, muitas.
Gritos e sussuros,
Ao longo dos tempos.
Paredes altivas, buscam o céu,
Em mim
Caçam o alimento
Riscam o abrigo com suas vitórias!
Choveu ontem,
Esturricou o chão hoje,
Nem sei desde quando, mas foi!
Gritei do fundo das betas
No açoite das pobres almas.
Me desnudaram,
Me revolviam,
Me molhavam.
E novamente, brotava
Explodia a vida, e os vales floriam,
Em cachoeiras vivia,
Peixes, aves, sementes, me cobria.
Feliz, alimentei em mim a criação!
E veio o fogo, tudo que guardava ardeu...
Chorou, sofreu
Silêncio!
-Volta pássaro.
- Semeia o chão!
Estrondo me percorre
Me rasga,
Me machuca,
Espanta a ave.
Tímida, seminua
Tento me cobrir.
Ser abrigo, ser algazarra,
Ser!