INVERNO
Deus já não faz mais invernos, como antes !
Deve ter suas razões, certamente...
Mas quem não tem saudade
Do velho Minuano soprando,
sobre os campos e sobre cidades,
Revirando roupas, que não secavam, nos varais.
Virando guarda-chuvas, quando se dobrava esquinas,
Desarrumando cabelos das mulheres,
Tirando chapéus dos homens ?
E as geadas, então? Quem delas não se lembra?
Os Campos se pintavam,
quais lençóis de virginais brancuras,
somente para enfeitar nossas paisagens,
e acalentar nossos sonhos.......!
Nos terreiros, os côchos de galinhas congelavam,
Ficavam feitos vidraças horizontais
Que eram quebradas, por nós , com pedras ou paus.
E as chuvas de pedra, lembram ?
De repente o céu se fazia escuro e baixo,
E abria as portas da sua fábrica de gêlo….
E lá vinham as pedras, batendo nos telhados,
Se fosse de dia éra um festa para a gurizada!
Se fosse de noite éra um acalanto nos embalando o sono !!!
Deus já não faz mais invernos como antes...
Deve ter suas razões, certamente....!
Algumas delas, sejam talvez a de que não temos mais
Olhos para vermos campos virar lençóis,
Até porque a geografia de aslfato que nós vemos,
Não tem o poder mágico de mudar de cor !
Não dobramos mais esquinas,
onde o vento vira os guarda chuvas!
E os homens... não usam mais chapéus!