Terra Branca
A vida me deu de presente,
E só posso agradecer,
Um palmo de terra branca
Cá pra bandas do Tiête.
Nunca vi voo orquestrado
Nas névoas do amanhecer
Nem o céu acobreado
Como o deste entardecer.
Se são oito para ir
Também são para voltar,
Dezesseis só atravessa
Quem nasceu para nadar.
Os canários vivem soltos
Vão doirando nosso ar,
Os sanhaços comem frutos
Que farteiam no pomar.
Da cadeira na varanda
Não me canso de escutar
Cantar livre na amoreira
O monarca sabiá.